Commentaire Composé sobre Le Lac de Lamartine (1820)
Publié le 05/04/2022
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Daniela Mendes
Commentaire Composé sobre Le Lac de Lamartine (1820)
Le Lac é um poema de Alphonse de Lamartine, que faz parte de uma coletânea
de 24 poemas intitulada Méditations Poétiques.
Lamartine foi um poeta e
político francês, que viveu entre 1790 e 1869.
Foi um dos introdutores do
romantismo em França, e o primeiro a transportar essa mesma estética para a
poesia com a obra e o poema mencionados.
Estando na vanguarda do romantismo francês, é possível olhar para o poema Le
Lac e questionar de que forma é que este é parte desta estética? Como é que se
posiciona entre uma tradição renascentista e a inovação da subjetividade do
romantismo? De forma a explorar estas questões, irão aqui ser abordados três
diferentes aspetos do poema: la fuite du temps, le rôle de la nature et la relation
entre innovation et tradition.
1) La fuite du temps
O poema aqui estudado é inspirado por factos reais da vida de Lamartine.
O
tema principal mais evidente é a fuga do tempo e o desejo de o parar.
Este tema
deve-se à grande paixão que o poeta viveu com uma mulher chamada Julie
Charles, que adoece e falece dois anos após se conhecerem.
Nas Méditations
Poétiques, Julie torna-se Elvire, sendo uma grande fonte de inspiração ao longo
da obra.
Le Lac homenageia então esta vivência impactante de Lamartine, que
evoca este amor ao viajar entre o presente e o passado, que equivalem à dor e à
felicidade, por momentos em que, como iremos ver, o mesmo desejava parar o
tempo.
Esta metáfora do tempo fugitivo é então construída ao longo de todo o poema,
sendo chamada uma “métaphore filée”.
Entre a invocação do seu amor por Julie
Charles, Lamartine personifica o tempo e dirige-se a este como culpado da sua
dor.
Para mostrar essa sua profunda melancolia em relação ao passar do tempo,
à perda do seu amor e consequente mal-estar e dor, utiliza o questionamento
direto ao tempo (“S’envolent loin de nous de la même vitesse / Que les jours de
malheur?”).
Interpelando diretamente o fio corrente do tempo, demonstra as
suas frustrações com um tom quase agressivo, que revela o seu desespero
crescente..
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